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Composição de repelentes estimula debate entre Anvisa e sociedade a respeito da regulamentação

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve aumentar o controle sobre repelentes de insetos. A mudança visa proteger principalmente crianças, mais vulneráveis a intoxicação.

Consulta pública encerrada no último dia 16 de março - que traz proposta que estabelece requisitos técnicos mínimos sobre segurança, eficácia e rotulagem de cremes e aerossóis – levará de 30 a 45 dias a contar da data para ser divulgada, mas a tendência é que a sugestão seja aprovada por ampla margem de acordo com a assessoria de imprensa da Anvisa.

Se a resolução for aprovada, as marcas que estão no mercado terão seis meses para alterar as embalagens, que deverão informar o princípio ativo da fórmula e a concentração da substância, além de trazer alertas sobre o uso.

Segundo a assessoria da Agência, já há recomendação da Anvisa para que as embalagens tenham alertas, mas isso passará a ser obrigatório. Mesmo os repelentes com princípios ativos naturais devem ter avisos nos rótulos. Além dos alertas, serão necessários estudos sobre segurança e testes de como a substância reage quando é exposta ao sol.

Fernanda Azeredo, farmacêutica responsável da Farma Call, explica que os repelentes mais utilizados no Brasil são os de deet (abreviatura de dietiltoluamida), um composto químico que age nos insetos impedindo que sintam o odor humano.

A maioria das marcas tem deet na fórmula. Não há muitas pesquisas sobre o efeito da substância, mas sabe-se que pode ser tóxica dependendo da concentração.

"A concentração determina a eficácia do produto e também a toxicidade. A substância pode ser absorvida e causar alergias, vômitos ou mesmo alterações neurológicas como sonolência", diz a profissional.

Ainda, de acordo com Fernanda Azeredo, quanto maior a concentração de deet, mais dura o efeito (produtos com 23% protegem por até cinco horas) e maior o risco de intoxicação.

Para comprovação de segurança de tais cosméticos, a farmacêutica alerta sobre a necessidade de cada laboratório apresentar os estudos realizados no produto acabado. Entre eles: dados sobre irritação cutânea primária e acumulada, sensibilização cutânea e fotossensibilização de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda, Fernanda Azeredo pontua sobre as observações que devem constar na rotulagem: tempo de reaplicação, ingrediente ativo e concentração, não aplicar por baixo de roupas, lavar as mãos com água e sabão após uso, não aplicar na região dos olhos, boca e mucosas e não aplicar formulações em ambientes fechados. O uso de repelentes não dispensa ou substitui as demais medidas de combate às doenças transmitidas por mosquitos.

Fonte: WH Comunicação

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