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Economia deve começar pelas despesas domésticas

Escolher o mais barato na prateleira do supermercado, apagar as luzes da varanda, programar os gastos semanais e até tentar meios de transporte alternativos. Atitudes como estas, que implicam em pequenas variações na rotina, podem, ao fim do mês, representar um novo orçamento na família, formado por gastos contidos e reservas emergenciais. A recomendação da diretora institucional da Associação de Consumidores (Proteste), Maria Inês Dolci, para enxugar as despesas, reforça a dos demais especialistas: cortar o não essencial.

Para isso, ela sugere algumas estratégias. "Se está acostumado a sair todo fim de semana para comer, experimente fazer refeições em casa, e teste, também usar alimentos mais saudáveis", sugere.

No supermercado, onde é comum extrapolar nas compras induzido pelas promoções, ela orienta ter sempre uma lista em mãos, e programar, antes de sair de casa, o cardápio da semana.

"Você vai comprar de acordo com o cardápio, para não ter sobras", explica. E mesmo as ofertas devem ser vistas com cautela, pondera Maria Inês: "Primeiro, é bom verificar o motivo da promoção, às vezes é porque o produto está próximo da data de validade. E se for comprar para estocar, cuidado para não sair demais do seu planejamento", completa. As marcas e os itens mais caros devem, definitivamente, ser substituídos, ou mesmo cortados. E a pesquisa de preços, acrescenta a diretora da Proteste, não precisa incluir supermercados muito distantes de casa. "No seu bairro, é possível encontrar itens com preço bom, e você ainda evita gastos com gasolina", ressalta.

A atenção com as luzes acesas e aparelhos ligados, mesmo sem uso, e com o uso da água, devem ser reforçados, por questões financeiras e também pela preocupação com a preservação dos recursos. E até a ida ao trabalho pode ser realizada de maneira diferente: um rodízio de carros, com caronas, ou de transporte público, sugere Maria Inês.

Repensar gastos fixos

Para celulares e mesmo telefones fixos, o recomendado é buscar planos mais baratos e fazer ligações em horários que a tarifa seja menor. Para a professora de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Myrian Lund, os pacotes de comunicação, que incluem, além de telefone, internet e TV por assinatura, podem ser grandes vilões no orçamento.

"Usa mesmo? Se não usa, corta, ou paga um plano mais barato", indica.

Outra despesa que merece atenção, segundo a professora, são as tarifas bancárias descontadas por transações e outros serviços. "O Banco Central exige que os outros bancos tenham um pacote que ofereça talão de cheques, retirada de extratos e transações na internet gratuitamente, faça questão de ter acesso a isso", propõe. Os débitos automáticos, que não costumam ser verificados frequentemente pelos consumidores, devem passar por uma análise, segundo Myrian, a fim de constatar se os serviços pelos quais se está pagando são realmente utilizados. Junto dessas orientações, a professora reforça a máxima de evitar o cartão de crédito e buscar, sempre que possível renegociar os débitos. (JC)

Fonte: Diário do Nordeste

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