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Saiba quando parcelar é a melhor opção

Na hora do aperto, investir numa compra parcelada pode parecer a melhor opção. Com crédito facilitado, as promoções de diversos produtos são tentadoras para os consumidores. Economistas alertam, contudo, que apesar das compras a prazo incentivarem a economia, é preciso ponderar e utilizar o serviço com cautela. Aquisições por impulso podem acabar gerando endividamentos inesperados, com o planejamento ainda sendo a melhor estratégia na hora de comprar a prazo.

Para Eldair Melo, diretor executivo da Finanq, o parcelamento é indicado para aquisições de grande porte, especialmente carros e imóveis. No caso de eletrodomésticos, a melhor opção é que o crediário não passe de um ano. O importante, afirma, é investir em bens duráveis. “Você vê muitas pessoas parcelarem em supermercado. Não é ideal pois se trata de uma compra imediata. Nisso, o consumidor aumenta a capacidade de endividamento”, alerta.

Outra prática comum no mercado são os prazos de parcelamento elásticos, define Melo. Nesse ponto, ainda que interessante para o consumidor com baixo poder aquisitivo, é preciso controle para não cair em uma armadilha. “Às vezes o cliente não precisa daquele bem, mas vai lá e compra. A pessoa tem que se fazer algumas perguntas: ‘Eu preciso? É necessário?’. A parcela vem com esse risco, pois estimula uma necessidade que facilita o crédito”.

A principal vantagem para compras à vista são os descontos oferecidos pelas lojas. A prática é elogiada por Eldair, mas o diretor também explica que, caso o desconto sobre um produto esteja abaixo da inflação, é melhor parcelar, pois não há ganhos efetivos para o consumidor. A partir de 5%, entretanto, as ofertas já se tornam mais interessantes.

A facilidade de consumo já começa a mostrar resultados na economia.

Na última avaliação trimestral do PIB, divulgada na sexta-feira, 1, os dados mostram que o brasileiro voltou a consumir. É o que acredita Almir Bittencourt, professor do departamento de Economia Aplicada do curso de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para ele, o pagamento do 13º no fim do segundo semestre deve incentivar ainda mais o crescimento nas avaliações de terceiro e quarto semestre.

Apesar de também reafirmar que o parcelamento de carros e imóveis é o melhor uso do prazo, Bittencourt explica que o consumidor deve estar atento às condições de cada compra. “Muito cuidado na avaliação de um carro, por exemplo. Existe um mercado de carros usados e neles ocorre a informação assimétrica, onde o vendedor sabe que tipo de defeito pode ter o veículo, mas o consumidor não”, aponta. Para quem está em busca de imóveis, é preciso pesquisar a fundo a empresa responsável pelo empreendimento, pois pode acarretar no pagamento de múltiplas parcelas, mas no não recebimento do imóvel.

Fonte: Jornal O Povo (4/9/2017)

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