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Consumidor bancário ainda sofre com longa espera na fila

Os cearenses ainda continuam sujeitos à longa espera em filas nas agências bancárias, apesar do prazo de 15 minutos estipulado pela legislação estadual para a permanência de clientes a espera de atendimento nos caixas. Para tentar reduzir o tempo perdido no interior dos bancos, algumas pessoas chegam mais cedo, com o objetivo de garantir melhor posição na fila.

É o caso do técnico de hardware, Ely Iury Ramos Rodrigues. Ele chegou às 9h25 da manhã de ontem na Agência Verdes Mares (0288) do Bradesco, na Rua Floriano Peixoto - Centro da Cidade para pagar boletos referente à compra de peças pela internet para computador. "Toda semana venho pelo menos duas vezes a esse banco, pois a maioria dos boletos que recebo é do Bradesco", explica. Segundo ele, independentemente da instituição, "nenhum banco consegue cumprir a norma dos 15 minutos, principalmente em fim e início de mês quando a demanda é maior".

Depois que a agência abriu às 10h02 - com dois minutos de atraso, Ely Rodrigues ainda precisou esperar na fila mais 11 minutos, até as 10h13, totalizando 46 minutos de espera para conseguir o 12º lugar na fila dos caixas e, finalmente, pagar o seu boleto. "Esse tempo só foi possível porque, além de chegar mais cedo, todos os caixas estão funcionando hoje. Mas nem sempre é assim", afirma.

A professora Tânia Maria Barreto, 49 anos, chegou ao banco às 10h02 e pegou o 25º lugar na mesma fila em que estava o técnico de hardware. Mesmo com a agência já em funcionamento, ela teve que aguardar 20 minutos para ser atendida. "E olha que tem três caixas convencionais atendendo e mais dois preferenciais", observa.

Meio-dia é mais crítico
Na Agência Iracema (0031) da Caixa Econômica Federal, o motorista Emilson José da Silva Nojosa, de 30 anos, conseguiu ser atendido em 15 minutos, segundo ele, "por pura sorte". Nojosa chegou ao banco às 10h39 e pegou a senha 31. Pontualmente às 10h54 ele foi chamado ao caixa.

"Isso é porque estamos no meio da manhã. Outras vezes vim no intervalo do almoço e tive que voltar para a empresa sem me alimentar, pois demorei mais de uma hora para ser atendido. É que a partir do meio-dia reduzem o número de caixa", esclarece o correntista.

Pior do que esperar por muito tempo é descobrir no momento do atendimento que está no caixa errado.

Triagem falha
Foi o que aconteceu com Carlison da Silva Paula, de 33 anos, que é motorista e faz outros serviços como saques e pagamentos no comércio onde trabalha. Ao chegar no Banco do Brasil da Praça do Carmo (1605-5), às 10h49 da manhã, ele informou ao funcionário, que faz a triagem dos clientes, que iria pagar boletos e sacar dinheiro. Sem questionar se as transações seriam de Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, ele o encaminhou com a senha 342 de caixa convencional para o primeiro andar da agência.

Às 11h15, 25 minutos depois, sua senha foi chamada para o guichê 4. "Hoje, o atendimento foi até rápido. Nunca passei menos de meia hora numa fila de banco", disse enquanto se encaminhava ao atendimento. Segundos depois, indignação. "Estava bom demais para ser verdade. A gente espera quase meia hora e agora eles dizem que meu setor de atendimento é no terceiro andar. Agora vou ter que pegar outra fila", reclamou. Outro funcionário explicou que no 3º andar fica o atendimento para comércio e no 2º para grandes empresas. "Eles deviam ter avisado isso lá embaixo", lamentou. Felizmente para o motorista no 3º andar não havia fila e ele foi atendido às 11h25 - 36 minutos de espera e transtorno.

A reportagem entrou em contato com a Associação de Bancos do Estado do Ceará (Abance), mas não obteve retorno da entidade até o horário de fechamento desta edição.

FIQUE POR DENTRO
Lei nº 13.312

Assinada em 30 de junho de 2003, estabelece que todas as agências bancárias do Estado são obrigadas a manter um número de funcionários compatível com o fluxo de usuários, a fim de atendê-los em "tempo razoável". Essa margem de tempo, conforme a lei, é de no máximo 15 minutos em dias normais e 30 minutos em casos de vésperas ou em dias imediatamente seguintes a feriados; em data de vencimento de tributos; em data de pagamento de vencimentos a servidores públicos; e em início e fim de cada mês. Conforme a legislação estadual, os tempos de aguardo são determinados pelos horários de ingresso e de saída do usuário no recinto onde estão instalados os caixas, registrados mediante fornecimento de senhas emitidas por aparelho eletrônico ou similar.

PICO DE ATENDIMENTO
12h
Do dia é o horário mais crítico, de acordo com os entrevistados, pois a quantidade de caixas é reduzida em virtude do almoço e, ao mesmo tempo, aumenta a demanda pelos serviços 12h.

Fonte: Diário do Nordeste

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