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Consumidores reclamam da falta de peças de reposição


Com o corte do IPI, a venda de veículos no Brasil deu salto nos últimos meses. Esta expansão, no entanto, está sendo acompanhada de um problema: o aumento do número de queixas de consumidores por falta de peças de reposição. É o que constatou o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), que registrou, no primeiro semestre de 2012, um aumento de 12% no número de reclamações dos consumidores.

O diretor-presidente do instituto, José Geraldo Tardin, afirma que esse tipo de situação é a principal reclamação recebida pelo instituto quando se trata de veículos. "Temos algumas ações desse tipo e os fabricantes esperneiam, mas não apresentam um argumento jurídico para isso", diz Tardin.

Outro problema comum é a falta de peças de carros usados. Alguns fabricantes deixam de fabricá-las ou reduzem a produção. "O prazo de durabilidade de um carro é de 20 anos e, nesse tempo, o fabricante tem de manter a peça no mercado", ressalta o diretor do Ibedec.

O bancário Marcelo Lemos enfrentou problemas com a reposição de peças duas vezes. A primeira foi em 2010, quando teve acidente com um automóvel Gol. Ele teve de esperar dois meses e meio para que a peça chegasse à oficina autorizada.

O segundo caso ocorreu em março deste ano, quatro meses após comprar um Fox, que apresentou problemas no amortecedor. Lemos levou o carro para a autorizada, mas a peça estava em falta. Após um mês, ele entrou em contato com a concessionária, que levou 15 dias para resolver o problema do cliente.

O gerente da Cristo Rei Peças e Serviços, Joilson Nunes, conta que recebe em média um caso desse por semana. "O cliente prefere até perder a garantia que esperar às vezes três meses pela peça", diz.

Direitos - Em situações em que o reparo do veículo ultrapassa 30 dias, o consumidor pode optar por trocar o carro ou até por desfazer a compra. A autorizada também tem responsabilidade solidária com o fabricante nesse tipo de situação, e deve oferecer a peça em 30 dias.

O diretor do Ibedec orienta o consumidor a pedir uma ordem de serviço declarando que a peça está em falta, ao dar a entrada do veículo na autorizada. Caso o estabelecimento se recuse a fazer isso, o consumidor deve mandar uma carta relatando a falta da peça e pedindo um prazo máximo de 30 dias para a solução do problema.

Se a situação não for resolvida, é hora de ir ao Procon. Tardin recomenda a busca do órgão e do Ministério Público ao invés de uma ação judicial individual.

Fonte: A Tarde

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