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Senado aprova projeto que permite preços diferenciados para compras à vista e por cartão

O Senado aprovou nesta quarta-feira (6) um projeto que permite a cobrança de preços diferentes nas compras feitas em dinheiro ou por meio de cartão de crédito. O projeto é de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR).

 A mudança permite que o comerciante cobre preços diferentes no mesmo produto, de acordo com a forma de pagamento. Se pagar em dinheiro, ele fica autorizado a conceder desconto.

 A atual legislação veda a cobrança de preços mais baixos quando o consumidor paga à vista, mas o projeto abre caminho para que os comerciantes fixem valores mais altos no pagamento no crédito.

 O projeto não deixa claro se o desconto poderá ser também oferecido quando o pagamento ocorrer com cartão de débito, ou se o desconto ocorrerá apenas nas compras em dinheiro.

 O argumento dos congressistas favoráveis à proposta é que as taxas cobradas pelas operadoras de cartões aos comerciantes impedem a oferta de desconto. Por isso, aqueles consumidores que pagam em dinheiro podem fazer a compra a preços mais baixos.

 O senador Roberto Requião (PMDB-PR) argumenta que a cobrança de preços diferenciados será positiva para e economia do país, com reflexos na taxa de inflação. "Essa possibilidade do comerciante vender com desconto ajuda o combate à inflação no Brasil", afirmou.

 Requião pressionou o plenário pela análise da proposta ao afirmar que as taxas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito são repassadas diretamente aos consumidores. "O projeto não abole o cartão de crédito. Mas não se pode obrigar uma pessoa pobre, que ganha salário mínimo, pagar 7% ou 11% a mais porque o Senado se recusa a votar no plenário", protestou.

 O projeto segue para análise da Câmara. Se for aprovada, a proposta vai sustar os efeitos de uma resolução do extinto Conselho Nacional de Defensa do Consumidor, fixada em 1989, que proíbe ao comerciante estabelecer diferença de preço quando o pagamento ocorrer por meio de cartão de crédito.
Folhapress | 14h47 | 06.08.2014

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